Introdução
Muitos protocolos foram propostos para preparo do endométrio para transferência de embriões. O estrogênio é administrado na fase folicular inicial para simular o ciclo natural, a fim de induzir a proliferação endometrial e inibir a ovulação espontânea.1 O estrogênio pode ser administrado pela via oral, subcutânea, transdérmica ou intramuscular. Atualmente a via oral é a mais popular. A via transdérmica parece ser a menos invasiva além de ter uma série de vantagens como não apresentar a metabolização hepática, e causar menos efeitos gastrointestinais como náuseas e vômitos.2O preparo endometrial adequado desempenha um papel essencial para uma implantação embrionária bem sucedida.33
Objetivo
Avaliar a melhor via de administração de estradiol, seja transdérmico ou oral.
Métodos
Pesquisa de estudos na base Medline, por intermédio do PubMed com base nos últimos 5 anos.
Resultados
Segundo estudo prospectivo randomizado Oral versus trandermal oestrogen delivery for endometrial preparation before embryo transfer: a prospective, comparative, randomized clinical trial comparou estradiol oral com o transdérmico concluindo que a eficácia dos dois tratamentos era parecida em ambos os grupos, porém as mulheres que usaram estradiol transdérmico apresentaram mais efeitos colaterais como mastalgia e rash cutâneo. Este estudo também mostrou que não houve diferença nas taxas de nascidos vivos, de gravidez e de aborto quando se comparou o uso de estradiol oral versus transdérmico.Outro estudo comparou mulheres que usaram estradiol transdérmico com as que usaram a via oral da mesma medicação para preparo endometrial pré implantação embrionária de blastocistos próprios e, sem uso prévio de análogo GnRh concluiu que a espessura endometrial antes da transferência embrionária era a mesma nos dois grupos estudados.Um estudo publicado em 2020 na Nature comparou o uso de estradiol transdérmico com a via vaginal, sendo via transdérmica associada a maior espessura endometrial e menor tempo de tratamento. As via transdérmica apesar de atingir uma espessura endometrial favorável apresentou mais cancelamento de ciclos por maior taxa de ovulação espontânea.
Conclusão
O uso de estradiol para preparo endometrial é efetivo tanto na forma oral quanto na transdérmica apresentando as mesmas taxas de gravidez e nascidos vivos. A via transdérmica em comparação com a via vaginal praticamente tem a mesma eficácia, pois a via transdérmica proporciona um espessura endometrial em menor tempo de uso pela paciente, mas em contrapartida há mais ciclos cancelados por aumento de estrogênio circulante.
Referências bibliográficas
- Corroenne R, El Hachem H, Verhaeghe C, et al. Endometrial preparation for frozen-thawed embryo transfer in an artificial cycle: transdermal versus vaginal estrogen. Sci Rep. 2020;10(1):985. doi:10.1038/s41598-020-57730-3
- Ferrer-Molina P, Calatayud-Lliso C, Carreras-Collado R, et al. Oral versus transdermal oestrogen delivery for endometrial preparation before embryo transfer: a prospective, comparative, randomized clinical trial. Reprod Biomed Online. 2018;37(6):693-702. doi:10.1016/j.rbmo.2018.09.003
- Kahraman S, Çetinkaya CP, Sahin Y, Oner G. Transdermal versus oral estrogen: clinical outcomes in patients undergoing frozen-thawed single blastocyst transfer cycles without GnRHa suppression, a prospective randomized clinical trial. J Assist Reprod Genet. 2019;36(3):453-459. doi:10.1007/s10815-018-1380-5
Artigo para leigo
O uso de hormônio no preparo do útero para receber embriões. O endométrio é a camada que reveste internamente o útero, que precisa estar com espessamento adequado para receber o embrião e para proporcionar o desenvolvimento do mesmo. Para preparar esse endométrio utilizamos hormônio chamado estradiol e, para que ele fique com uma espessura adequada para receber embriões congelados que foram provenientes do tratamento de reprodução assistida. O estradiol pode ser administrado tanto por comprimidos via orais, quanto através de cremes ou adesivos transdérmicos e, que ambos atingem a espessura endometrial adequada com as mesmas taxas de sucesso de gravidez, sendo que a via transdérmica apresenta menos efeitos colaterais como dor nas mamas, náuseas ou vômitos.