22

November

2018

Pesquisa Infecciosa Em Falha De Implantação

Revisar a literatura e discutir alguns dos mais recentes avanços no campo.

Introdução

A infecção do trato genital inferior e a endometrite crônica são processos inflamatórios causados por invasão bacteriana (1). Por vezes sua discreta sintomatologia pode subestimar sua importância nas falhas de implantação pós fertilização in vitro (FIV). O rastreamento das infecções genitais, principalmente em relação à endometrite crônica, ainda é controverso e deve ser considerado, visto que estudos demonstram uma melhora das taxas de implantação após diagnóstico e tratamento destas infecções (2).

Objetivo

Revisar a literatura e discutir alguns dos mais recentes avanços no campo.

Métodos

Pesquisa de estudos na base Medline, por intermédio do PubMed levantando-se trabalhos publicados nos últimos anos.

Resultados

Falha de implantação recorrente refere-se à incapacidade de obter uma gravidez clínica após a transferência de pelo menos quatro embriões de boa qualidade em um mínimo de três ciclos frescos ou congelados em uma mulher com menos de 40 anos de idade. A falha no implante pode ser uma consequência de fatores embrionários ou uterinos (3). As infecções genitais são um dos fatores que predispõe a falhas de implantação, mediada por diversos mecanismos como citocinas endógenas e toxinas bacterianas. A endometrite crônica tratada com antibioticoterapia resultou em resolução de endometrite crônica em 82,3% dos pacientes, enquanto em 17,6% a doença foi persistente. Mulheres com endometrite crônica curada apresentaram maior taxa de gravidez e taxa de nascidos vivos em comparação com mulheres com doença persistente (4).

Conclusão

A infecção genital/endometrite crônica é altamente prevalente em pacientes com infertilidade inexplicada. O diagnóstico e o tratamento da endometrite crônica melhoram a taxa de gravidez.

Referências bibliográficas

(1) Crosera AMLV, Schor E, Ueno J.A influência da endometrite crônica nas pacientes com falhas de implantação recorrentes após fertilização in vitro. FEMINA | Novembro/Dezembro; vol 40, nº6; 2012.

(2) Moreno I, Codoñer FM, Vilella F, Valbuena D, Martinez-Blanch JF, Jimenez-Almazán J, Alonso R, Alamá P, Remohi J, Pellicer A, Ramon D, Simon C. Evidence that the endometrial microbiota has an effect on implantation success or failure. Am J Obstet Gynecol 2016; 215:684-7.

(3) Moreno I, Cicinelli E, Garcia-Grau I, Gonzalez-Monfort M, Bau D, Vilella F, De Ziegler D, Resta L, Valbuena D, Simon C. The diagnosis of chronic endometritis in infertile asymptomatic women: a comparative study of histology, microbial cultures, hysteroscopy, and molecular microbiology. Am J Obstet Gynecol 2018; doi: 10.1016/j.ajog.2018.02.012.

(4) Moreno I, Cicinelli E, Garcia-Grau I, Gonzalez-Monfort M, Bau D, Vilella F, De Ziegler D, Resta L, Valbuena D, Simon C. The diagnosis of chronic endometritis in infertile asymptomatic women: a comparative study of histology, microbial cultures, hysteroscopy, and molecular microbiology. Am J Obstet Gynecol 2018; doi: 10.1016/j.ajog.2018.02.012.

Publicado por
Silvio dos Santos Laranjeira

Outros artigos que podem ser do seu interesse

Indicação de polipectomia associada a biopsia de endométrio em pacientes inférteis

O presente artigo visa verificar se há consenso em realizar polipectomia e biópsia endometrial no tratamento da infertilidade.
Jorge Moura
09
Feb
2024

Qual o melhor método diagnóstico para útero septado e bicorno?

A classificação do útero septado é classificada como U2a -parcial e U2b-completo e útero bicorno U3a- parcial, U3b- completo e U3c- septado bicorno.
Jorge Moura
09
Feb
2024

Estradiol transdérmico, oral ou vaginal no preparo endometrial para transferência de embriões

Avaliar a melhor via de administração de estradiol, seja transdérmico ou oral.
Jorge Moura
09
Feb
2024